terça-feira, dezembro 13, 2011

Máximas de Dom Bosco - 3

Mais algumas das belíssimas máximas de Dom Bosco, o santo padroeiro da juventude. Aprendamos com este grande mestre espiritual, imitador de Nosso Senhor Jesus Cristo!

---

  "Por nós mesmos, somos incapazes de descobrirmos nossos próprios defeitos."

  "Uma consciência pura e limpa, eis aqui a verdadeira tranqüilidade para servir ao Senhor!"

  "Quem tem paz em sua consciência, tem tudo."

  "Que cada confissão seja tão sincera como se fosse a última de sua vida."

  "Respeito a todos, medo a ninguém."

  "Ocioso é aquele que se ocupa de coisas desnecessárias."

  "Que nos sirva de lição e experiência tudo quanto acontece conosco"

  "Quem afirma ser cristão e não age como tal, é um simples impostor."

  "A ociosidade e a inércia geram a ruína, pois o ócio é o pai de todos os vícios."

  "Seja homem, nunca se acovarde!"

---

Queira Deus Nosso Senhor capacitar-nos com a força necessária para levarmos a cabo tudo quanto aprendemos por meio desses benditos dizeres de luz e vida. Saibamos aproveitar essas máximas para a maior glória de Deus e, assim, para melhor servir à humanidade.

...e que Deus nos ajude!

domingo, dezembro 04, 2011

Máximas de Dom Bosco - 2

Continuando a tradução de algumas das frases mais tocantes desse grande santo italiano. Quem olhar para nossa sociedade notará que os conselhos de Dom Bosco não apenas não devem ser esquecidos, como também necessitam de ampla divulgação.

A fonte das citações é a mesma do post anterior dessa série. O livro está disponível online em língua espanhola, aqui.

---

  "Para nós, a base da santidade consiste-se em estarmos sempre alegres."

  "Deus favorece o homem alegre."

  "Alegria, estudo e piedade: este é o melhor programa para fazer-te feliz e [também o] que mais beneficiará a sua alma."

  "Mostre-se sempre alegre, mas que seu sorriso seja sempre verdadeiro."
  "O demônio não pode resistir às pessoas alegres."
  "Aquilo que alegra e adula o corpo deve também beneficiar o espírito, para que assim tudo se disponha para a maior Glória de Deus."

  "Enquanto conservarem a alegria, vocês se afastarão do pecado."

  "Para ser bom basta praticar três coisas e tudo te será dado [por Deus]. Quais são essas três coisas? Alegria, Estudo e Piedade."

---

Benditas palavras de Dom Bosco! Por meio delas, reaprendemos e reavivamos o valor da alegria na santificação da alma e no aperfeiçoamento das virtudes.

Cultivar isso é muito importante, dado que "a aflição no coração do homem o deprime, mas uma boa palavra lhe restitui a alegria" (Pr 12,25). Isso dá indícios de porque "a alegria do coração é a vida do homem, e um inesgotável tesouro de santidade. A alegria do homem torna mais longa a sua vida" (Eclo 30,23). Reconhecendo que "(...)a alegria é concedida ao homem de coração reto" (Sl 96,11), caminharemos para a santidade com maior facilidade, pois "aquele que adora a Deus na alegria será bem recebido, e sua oração se elevará até as nuvens" (Eclo 35,20).

...e que Deus nos ajude!

quinta-feira, dezembro 01, 2011

Máximas de Dom Bosco - 1

  Do livro "1000 Maximas de Don Bosco", resolvi separar algumas frases toda semana, a fim de eu mesmo me instruir, enquanto disponibilizo esses pequenos raios de luz diante de todos vós, leitores. Façamos bom proveito desses ditos tão simples, singelos... e sábios!

---

  "Com doçura no falar, no agir e no repreender ganha tudo e todos"

  "Sem sorriso não é possível demonstrar amizade"
  "Quantas almas se podem atrair [para Deus] com um bom exemplo!"

  "Aquele que presenteia alguém com um bom livro, ainda que não tivesse mais mérito senão o fato de ter suscitado um só bom pensamento, já ganhou um mérito incomparável diante de Deus"

  "Quem dá ou escuta maus conselhos está cego e se faz escravo do demônio"

  "Não vos fiem na amizade dos que falam mal de seus superiores ou que tratam de afastá-los de vossos deveres"

  "Quem quer que converse contigo, retirar-se-á como um amigo"

  "Para poder ser amado, é necessário mostrar primeiro que se ama"

  "Dominai vossos impulsos e tereis muitos amigos e nenhum inimigo"

---

...e que Deus nos ajude a imitar e a colocar em prática tudo isso!

terça-feira, julho 12, 2011

Referências para estudos clássicos - 2

Mais referências para estudos clássicos venho trazer-vos, amigos.

Desta vez, um ótimo site, contendo material didático online para todos aqueles que desejam aprender Latim ou Grego. Num formato simples mas bastante eficiente, o Textkit é uma ótima ferramenta para quem está disposto a dominar melhor essas duas línguas fantásticas, cujo conhecimento é fundamental para se ler praticamente tudo aquilo que está no cerne de nossas principais obras culturais do Ocidente.

O acesso aos arquivos é gratuito, exigindo-se apenas um cadastro simples no blog (para fins de controle e computação de acessos). Recomendo, sem sombra de dúvida - com apenas uma ressalva: não é um site para quem não domina o inglês, pois todo material didático disponível está nessa língua.

...e que Deus nos ajude!

quinta-feira, julho 07, 2011

Bom senso em vídeo 2 - Legítima Defesa

Mesmo com a intensa covardia dos cidadãos e a insana molenguice da juventude moderna, ainda se erguem várias vozes buscando promover e facilitar o direito à Legítima Defesa em nosso país. E não podemos discordar que poucos são os que mais podem ser qualificados para tratar desse tema do que os especialistas em segurança pública - os oficiais da polícia.

Exemplo desses homens encontramos no arguto Cel. Paes de Lira, que comanda o programa semanal "Pela Legítima Defesa" (homônimo da associação que promove esta mesma causa e para a qual nós damos apoio) através de um canal no Youtube disponível neste link

Nada de frescura, amigos: o primeiro responsável pela própria defesa somos nós próprios. Afora nossa responsabilidade de auto-defesa, em segundo lugar estão os defensores públicos previamente treinados e preparados para lidar com a segurança da nação (os militares, bombeiros e policiais), bem como os seguranças particulares.

...e que Deus nos ajude a divulgar a digna causa da legítima defesa!

sexta-feira, julho 01, 2011

Referências para estudos clássicos - 1

  Amigos,

  Pesquisando instrumentos virtuais para ajudar nos meus estudos individuais sobre a cultura greco-romana, encontrei esta pérola de grande valor: um site maravilhoso chamado "Perseus". O link, abaixo, direcionará vocês de imediato para a coleção das fontes primárias greco-romanas, mas no site vocês também poderão encontrar referências americanas, árabes e muito mais.

  Vale a pena conferir!


  ...e que Deus nos ajude!

quinta-feira, junho 30, 2011

Pressões Ambientais - 3

  Algumas coisas praticamente nunca mudam. 

  Uma delas é a completa falta de vergonha na cara dos caluniadores, dos artífices de injúrias e dos detratores*. Adianta perdermos tempo procurando instalar-lhes algum senso moral? Não. Será quase sempre perda de tempo.

  Enfrentá-los é sem dúvida um dos deveres daqueles que procuram sanear um ambiente, visando torná-lo agradável, humanamente estável e provê-lo com aquele mínimo de paz social necessária à boa convivência junto dos que nos são diferentes. Mas, desde que o homem é homem, enfrentamos grandes dificuldades (quiçá quase impossibilidade!) em passar ao menos um só dia sem ouvir - inclusive no ambiente de estudo, trabalho, família, amigos - comentários purulentos, ditos ácidos e venenosos contra as pessoas que nos circundam. Há caluniadores de todos os tipos, de todas as classes e de todos os gêneros.

  E caluniam por motivos tantos...!

  Existem vários grupos que são caluniados porque falam ("fofoqueiros", "papagaios"), grupos caluniados porque calam ("múmias", "anti-sociais"). Há quem seja caluniado pelo que faz, outros pelo que deixam de fazer. Há quem seja caluniado porque age como pessoa responsável, outro por agir como uma pueril inconseqüência. Há quem seja caluniado por ser gordo, mas outros o são por serem magricelas. A lista de possibilidades de calúnia tende ao incalculável, dado que nenhum ser humano que conhecemos em nossa experiência cotidiana é isento de algum traço defeituoso, de algum resquício de personalidade que pode ser depreciado, de alguma mácula que lhe torne pouco agradável aos olhos das pessoas, de alguma característica psicológica que consideramos digna de repreensão.

  Por isso, assunto não falta para quem se empenha em destroçar a credibilidade de outrem. Os destiladores de injúrias alimentam-se dessas observações negativas com o mesmo afinco e insistência que aquelas coloridas moscas vorazmente saem em busca de fezes e alimentos em putrefação - sentem verdadeiro prazer ao apontar, nos outros, o que é estranho, bizarro, desengonçado, ridículo, patético, criminoso, condenável...

  Essa observação anterior de fato evidencia: o pasto do qual os caluniadores se alimentam não é a própria realidade enquanto tal, mas sempre uma versão diluída ou exagerada desta mesma realidade. Mesmo se um fato é, primeiramente, tomado como base para a calúnia ou para a ofensa, não há suficiente fundamento para alguém dizer-se caluniado quando outra pessoa apenas descreve uma realidade concreta. Então, quando um homem age como um ladrão, não há nada de caluniador em chamá-lo exatamente daquele nome que está em conformidade com seu comportamento - ou seja, ladrão. Exatamente tendo isso como pano de fundo para nossas reflexões, sabemos que o caluniador não permanecerá muito tempo na observação da realidade, pois se não houver muito para se condenar numa primeira observação momentânea, o caluniador exagerará a proporção e a intensidade das poucas imperfeições encontradas, provocando distorções maliciosas ulteriores, amargas como fel, cuja única finalidade é prejudicar a honra e a reputação de outra pessoa / coisa.

  Estes infelizes não são pessoas que gastam sua capacidade de observação e análise para perscrutar os mistérios da realidade de uma maneira positiva e aberta mas, antes, debruçam-se sobre as pessoas e as coisas procurando a face mais áspera de todas as entidades, deleitando-se quando conseguem arrancar (de alguns trouxas imorais) alguns risos de despudorado escárnio perante qualquer infeliz que caia nas presas desses cães.

  Sendo impossível ser um o caluniador sem ao mesmo tempo ser, em algum grau, um mentiroso (dado que a calúnia é sempre um exagero ou uma abstenção na manifestação da realidade), sabemos que não há chance alguma de alguém ser um caluniador honesto.

  Mas se faltam com a verdade desde o princípio, não é em qualquer verdade que esses se baseiam para justificar seu comportamento - é na vontade. O que torna o caluniador um caluniador é exatamente a sua falta de capacidade de lidar com uma realidade que lhe excede. Calunia sim, mas não porque não compreende - antes, porque compreende quase instintivamente que não é capaz de contrariar aquela pessoa / grupo / coisa com a força de uma acusação fundamentada em algo real. Partindo daí, constrói artificialmente uma imagem monstruosa da coisa superior, visando rebaixá-la até "aqui", ou seja, aonde está o próprio caluniador. Como uma corda amarrada na cauda impede o vôo de um pássaro, assim pode ser a força da calúnia contra o desenvolvimento das sociedades (e personalidades) humanas.

  Perante as mentiras e invenções malévolas dos caluniadores, muitos perdem semanas ou até meses em um espírito de desânimo. Alguns entram em estados emocionais verdadeiramente lamentáveis, como se efetivamente aquelas calúnias fossem as mais fiéis expressões da realidade, e remóem as calúnias tanto quanto a grama é ruminada pelas vacas...

  Qual é o remédio possível quando enfrentamos caluniadores?

  Para livrar-se dessa pressão ambiental que a nossa infeliz condição humana tornou tão corriqueira, primeiramente devemos ter um critério muito claro do que é ou não real - e do quanto de seriedade com que cada uma das coisas reais se impõe a nós. Nossa capacidade de percepção da realidade deve ser muito aguçada, antes de tudo, pelo contínuo exercício e aperfeiçoamento da fidelidade interior, pela honestidade do próprio testemunho de nossa realidade para nós mesmos - pois sem este critério firme, nem seremos capazes de perceber quando estão nos caluniando ou não. Em segundo lugar, ao lembrar que o caluniador calunia para enfraquecer a moral, a credibilidade e a honra alheia; então devemos exaltar as características reais dignas, para mostrar suas positividades reais (tomando cuidado aqui para não desembocar em arrogância) e então desmascarar a sanha do caluniador, que visa distorcer a coisa caluniada para poder rebaixá-la, a fim de aplacar o próprio estado psíquico** do mentiroso. Em terceiro lugar, que o caluniado sinta-se de certo modo lisonjeado ao ser notado por um caluniador, dado que a ocorrência da calúnia demonstra que o caluniador se importa com o caluniado e faz questão de empreender forças para rebaixar aquela coisa.

  Não temer os caluniadores, mas enfrentá-los com coragem e ousadia - afinal, ninguém chuta cachorro morto. Ninguém se importa com o insignificante. Reagir com justa medida, desmascarar a mentira caluniosa e ver na calúnia um sinal positivo: eis o que podemos fazer.

  ...e que Deus nos ajude!

---

* Sei que juridicamente os termos detração, calúnia, difamação e injúria são completamente distintos, porque referentes a vários crimes próximos, porém não idênticos. Usei-os aqui como sinônimos por motivos práticos apenas (dado que na linguagem comum esses termos não são usados com a sua conotação jurídica).

** Esse estado psíquico do caluniador quer gritar algo, mas sente vergonha de fazê-lo, dado que seria mais ou menos assim: "Vê? Todos somos miseráveis, não és superior - és igual a nós ou até mesmo inferior! Cala-te e some da minha frente, pois tua visão turva meu ego!"


domingo, maio 22, 2011

Pressões Ambientais - 2

  Continuando nossas reflexões sobre este tema, creio que outra das mais constantes pressões que enfrentamos quase todos os dias é a da cobrança externa. Não, não me refiro ainda ao fato de você dever dinheiro ou favores a alguém, mas em especial quero dar evidência para aquela inabalável esperança que sua mãe, seu pai ou algum de nossos entes queridos possui para conosco - a pressão da expectativa de sucesso.

  Aparentemente explícita, a pressão do sucesso é, antes, quase invisível para outras pessoas que não a sua vítima. Facilmente beira os extremos do silêncio e normalmente só se exprime com clareza por duas ou três vezes, acompanhada de um sorriso, tapinhas nas costas e um olhar durante uma refeição tomada a dois ou três, numa circunstância mais íntima, familiar. 

  E como é difícil satisfazer aquela voz que dentro de nós diz: "Não quero ser motivo de vergonha ou diminuição para aqueles cujas expectativas, depositadas em nós, são tão grandes!". Trememos diante da possibilidade de nos deixarmos dominar por esse tipo de sentimento - receio do fracasso. Parece paradoxal, pois dado que é sabido ser comum não se importar tanto com a opinião de estranhos quando nós mesmos estamos seguros acerca de nosso sucesso e nossa carreira (seja ela profissional, acadêmica, emocional ou espiritual), no entanto o mesmo não se dá com aquelas pessoas amadas, caríssimos indivíduos que confiam no nosso triunfo e suspiram por nossa vitória.

  A decisão de tais pessoa em esperar nosso futuro brilhante pode, de fato, amedrontar-nos. Mas por quê? Acaso um sentimento tão intencionalmente positivo poderia paralisar alguém? Poderíamos dizer que não é um exagero da nossa parte afrontarmos tão nobre sentimento de esperança em nosso desenvolvimento pessoal?

  Sem dúvida posso responder "sim" para as perguntas anteriores - e por vários fatores.

  O primeiro deles é a coerção subjetiva. Mesmo aquela pessoa que mais nos ama não pode deixar de esperar de nós coisas muito boas - mas coisas boas segundo a uma perspectiva subjetiva do que seja o nosso sucesso. Não se trata exatamente do que é objetivamente bom para nós naquele momento, mas antes o que é para ela bom para nós. Daí o choramingo de uma mãe ou de uma namorada, vendo uma escolha que considera desacertada, ser tão devastador: pode-se alterar completamente o rumo de uma carreira brilhante apenas porque uma pessoa querida sentiu um súbito mal estar quando defrontada com a escolha da pessoa, acompanhado de uma impressão "profética" de que o indivíduo em questão não deveria escolher o caminho "X", por este ser demasiado íngreme, exageradamente formalista, incompatível com o seu caráter, inadequado para seu círculo social, sonhador demais...

  A segunda razão pela qual a expectativa de sucesso pode ser um fator de pressão externa digno de nota é a projeção existencial. Isso é uma espécie de projeção subjetiva, mas já mais depurada dentro de uma noção de "continuidade" do sucesso duma pessoa qualquer em outrem que lhe é querida fonte de expectação. Seja esse sucesso algo antes podado, não realizado, incompleto ou em construção, frustrados e revoltadinhos sem causa de modo geral são os especialistas em incutir tal sensação nos outros, como um meio de realizarem-se simbolicamente através desses outros indivíduos que, aos seus olhos, precisam ser promissores - afinal, a vontade contrária pode morrer... mas o meu sonho (nele) não!

  E o terceiro motivo está ligado ao desagradável fato de ser observado e julgado a cada passo - é aquilo que chamo fator "Big Brother". Saber-se medido a cada ato, analisado em cada instância, perscrutado a cada centímetro... isso pode muito facilmente oprimir uma pessoa a tal ponto que sua consciência - ao final de algumas semanas desse efeito absurdo que nasce duma desordenada esperança de "sucesso" - provoque um esgotamento nervoso, acompanhado de um sentimento de culpa e de incapacidade. Esse terceiro fator não costuma ser causado por maldade, pelo contrário: é quase inevitável que ele aconteça dentro de alguns gêneros de sociedade humana. Mães neuróticas, irmãos e amigos exigentes demais, esposa e colegas pouco compreensivos certamente estão aí contados como agentes incrementadores da gravidade desse fator.

  Infelizmente, nem sempre compreende-se que um indivíduo deve, com preponderante primazia, buscar sua realização e seu sucesso naquilo que um bem objetivo almejado, uma circunstância concreta inamovível e sua própria reta consciência convergem, coadunando as três num conúbio feliz de livre-vontade, acaso circunstancial e determinação real. A esperança de nossos entes em nosso sucesso deve refletir essa articulação numa ordem adequada, se quer ser verdadeiramente útil, estimulante, frutuosa - e não mais uma força contrária.

  A esperança adequada de sucesso é aquela que subsiste em nós como uma estimulação sadia - e não como uma pressão doentia, fonte de insônia. A esperança adequada ajuda a focalizar o alvo quando a circunstância ou a vontade falham; ajuda a fortalecer os motivos para perseverar nos esforços, momentos em que o foco parece desaparecer no horizonte por falta de ativismo; propõe readaptações de finalidade que reaproveitam a experiência e conhecimento adquirido, quando boa parte do caminho andado é inicialmente desprezada como erro inútil. A verdadeira esperança no sucesso não é um idealismo cego ou uma prática sem realismo: é a persistência em acreditar que o melhor dos futuros possíveis dentro das circunstâncias nas quais estamos tornar-se-á realidade, caso trabalhemos para tanto.

  E não há melhor pessoa para nos oferecer tal esperança do que nossos entes queridos.

  Comecemos nós, pois, a sermos tais sujeitos.

...e que Deus nos ajude!

Bom senso em vídeo

Um pouco de bom senso sempre faz bem. 
Especialmente num tempo tão insano quanto o nosso! 

Acalmar uma mente agitada, transformar os espasmos emotivos de alguém numa risada bem sensata e repleta de sanidade é como tomar um banho de realidade. Da melhor parte dela.

É em razão disso que não posso deixar de louvar a iniciativa do Blog do Sr. Angueth de legendar e traduzir os pequenos vídeos do grupo Theater of the Word Incorporated. Um modo agradável e bem-humorado de explicitar como funciona a mentalidade modernista, a cosmovisão imbecil da "inteligentszia" contemporânea perante problemas clássicos que a humanidade sempre levou a sério - até pouco tempo atrás.


Tais pequenos vídeos nos ajudam a recolocar nos eixos nossa compreensão do mundo moderno. Recomendo vivamente!

...e que Deus nos ajude!

segunda-feira, abril 25, 2011

Pressões Ambientais - 1

De todas as formas de deficiência que observo na maior parte das pessoas cá por essas bandas interioranas, a pior delas é a de um profundo e reverente sentimento de admiração perante a coisas.

Esse tipo de hábito, tão basilar para um espírito chamado a uma vida intelectual, é francamente desprezado, ridicularizado, desdenhado, visto como explícita perda de tempo e dinheiro. Desventurado daquele que ousa debruçar-se numa janela, madrugando para contemplando o raiar do sol!

Vai ouvir um "Tá ficando maluco? Pare de perder tempo!" quase que no mesmo momento em que for visto por outrem. Se forem dois ou mais, ainda terá de aturar os olhares de desaprovação.

Os mentalmente brutos e medíocres, sem sombra de dúvida, aplaudem em silêncio qualquer coisa que tire, enfumace, diminua ou oblitere o valor de outra coisa/pessoa, dado que uma marca característica de brutalidade de caráter - bem como da mediocridade mental - é uma excessiva valorização de si mesmo. Esse inconfessável comichão, que só quem invejou um dia sabe o que significa, é um pedido de palmas para tudo que negue qualquer valor ausente de si mesmo.

É um falso orgulho. Conjugado ao sentimento de que não há quem ou o quê lhe seja superior, o bruto se entretém consigo mesmo, deleitando-se numa insuportável ladainha de auto-justificação perante o sentimento - incômodo, mas vivo e real - de que não é capaz de fazer o que aquela mente compenetrada e observadora é capaz: o extraordinário.

Por não se abrir ao extraordinário, nas coisas ordinárias acha-se em casa.

A banalidade torna-se, assim, o pão dos insensíveis - não por causa da incapacidade contemplativa desses infelizes, que creio sinceramente tratar-se apenas de um péssimo hábito, mas antes por causa da defesa psicológica (necessária a eles) perante uma ameaçadora situação mental de vulnerabilidade. Pois a abertura mental que o admirador precisa se colocar - sob a pena de não entender bulhufas daquilo que contempla - é perigosa demais para a auto-imagem de quem está satisfeito consigo mesmo, na orgulhosa complacência do homem que entende não haver nada que mereça sua atenção além dos interesses mais baixos e mesquinhos, presentes em qualquer mente. Inclusive na de um cachorro.

Tão ocupado que está consigo, todo o resto apresenta-se como mera trivialidade dos que "não sabem o que é a vida".

Se "Banalidade" é o nome desse comportamento,
"Rotineira" é o sobrenome que sempre lhe seguirá.
Apelido? Só poderá ser "Mediocridade".

Se não houver quem olhe para o alto e observe atentamente as estrelas, e se fixe com admiração perante uma pequena flor, e note a curiosa forma de um inseto, e se deixe maravilhar pela formosura cúprea do pôr-do-sol, e se inebrie pelos aromas de sua própria refeição cozida com esmero, e pelas texturas que seus dedos tocam deixe-se imaginar mundos inteiros... todos estaremos condenados a enquadrar-mo-nos no âmbito da banalidade. Quadrado, frio, estúpido.

Afora as crianças - vivas e sempre naturalmente interessadas em aprender - e uma ou duas louváveis exceções que por aqui só passam ocasionalmente, não há quem o faça cá por essas bandas.

Nessa atmosfera de imbecilidade contagiosa, tenho razão em olhar com preocupação para meu futuro. Temo também pelo futuro dos jovens que ainda experimentam esse deslumbramento e - ainda - não se deixaram vencer pela impermeabilidade dos cretinos. Não serão eles igualmente esmagados sem dó, como baratas, perante tais pressões dos seus ambientes sociais?

Muito provavelmente, e infelizmente, sim.

Você, quando assume um comportamento desse gênero e se vê objeto da observação doutras pessoas, quase sempre é tido como "esquisito", "aluado", "doido". Alguém assim que está fadado a, qual novo Tales de Mileto, receber os risos cheios de desdém dos transeuntes que, ao notar seu interesse e compenetração nos céus, caiu "num buraco" qualquer. E não deixam de alfinetar: "Como alguém pode ser tão esperto numas coisas, e tão bobo em outras?". Observam nisso um sinal de alguém "que tem um parafuso a menos". Alguém que "não sabe como é a vida".

Interessante inversão.

Quanto mais você se interessa e se compenetra na tecitura dos fenômenos reais, quanto mais você se torna muitíssimo interessado em entender mesmo a realidade, quando você procura compreender o que é cada um daqueles objetos que, diferente de todas as outras coisas ali presentes, tiveram a felicidade de serem notadas por um atento e vívido olhar, mais vozes obtusas te acusam exatamente... do contrário daquilo que você está fazendo!!

O ridículo de uma situação dessas é evidente. Tais acusações se assemelham ao ato de ser considerado, dentro dum leprosário, fisicamente doente em razão de não possuir lepra.

Mas, infelizmente, nem sempre esses conceitos são claros à mente contemplativa; ela muitas vezes não está convicta o suficiente da forma ideal que se deve almejar, nem do caráter que se deve procurar ter. Envergonhada (por vezes por pura ignorância de que pode viver muito bem sem implorar aceitação aos espiritualmente embrutecidos, não entrando no jogo deles) em situações nas quais a formação da personalidade ainda está se moldando, a tendência contemplativa se esfria e endurece em muitas das vítimas dessa caça ao intelecto.

Exatamente em razão das múltiplas figuras que influenciam, desde fora, os arquétipos estruturantes dos valores morais, não raro o homem contemplador se impõe uma insensibilização, embrutecendo-se. Prefere ser burro junto de alguns poucos sequazes do que ser sábio porém privado daquelas consolações humanas que a imersão na massa oferece.

Em situações assim, é muito mais difícil elevar-se para além dos limites que o "cabresto mental" - ou seja, a fronteira de abertura espiritual para além dos valores animalescos e instintivos - praticamente obriga a uma jovem criatura do interior dum país como o Brasil.

Se não se agregarem os homens que vêem mais longe, não fornecendo às próximas gerações formação humana sólida, capaz de tonificar a consciência e ordenar adequadamente a personalidade, essa tendência acachapante terá consequências mais desastrosas do que as que já estamos tendo (pois a própria existência de imbecis obtusos que, lamentavelmente, se arrogam como modelos já é sinal da profunda fraqueza moral instalada em nosso povo).

Cegos guiando cegos... ambos não cairão?!

Superar essa pressão ambiental é o que devemos. Primeiro privadamente, em cada um, internamente. Depois, aos poucos, publicamente, vamos fornecendo um pouco de luz para quem ainda procura esquivar-se dessa lama mental, na esperança de re-adequar as coisas à realidade.

...e que Deus nos ajude!